Quatro dias depois de a invasão norte-americana no Iraque ter completado cinco anos, o número de soldados dos Estados Unidos mortos no país chegou a 4.000. A marca foi alcançada após o Exército dos EUA anunciar a morte de quatro soldados neste domingo (23) com a explosão de uma bomba perto do carro em que estavam no sul de Bagdá (capital iraquiana).
As mortes aconteceram no dia em que a ultraprotegida Zona Verde, o complexo diplomático e governamental no centro de Bagdá, foi atingida por vários mísseis e morteiros, como parte de um aumento na violência na capital e nos arredores. Ao menos 47 pessoas morreram em vários atentados ocorridos ontem pelo país.
A violência do domingo, em que dezenas foram mortos, ressalta a fragilidade da segurança no Iraque. Apesar de comandantes do Exército dos EUA dizerem que os níveis de violência têm caído, tem havido um aumento nos ataques desde janeiro. “Nenhuma casualidade é mais ou menos significativa que outra; cada soldado, marine, piloto e marinheiro é igualmente precioso e suas perdas igualmente trágicas”, disse o porta-voz do Exército dos EUA, Greg Smith. O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, afirmou que lamenta cada uma das baixas norte-americanas no Iraque, depois que o balanço atingiu 4.000 mortos. “Você lamenta cada ferido, cada baixa. Tem um impacto psicológico no público, mas é uma tragédia que vivemos em um mundo onde isto acontece”, disse Cheney em Israel, última etapa de uma viagem regional de nove dias. O número de mortes de soldados norte-americanos no Iraque atingiu a marca de 1.000 em setembro de 2004, 18 meses após a invasão e no meio meio das eleições presidenciais que reelegeram o presidente George W. Bush.
O número chegou a 2.000 em outubro de 2005, quando insurgentes árabes-sunitas lutaram para expulsar o governo de Bagdá. E o número 3.000 foi registrado em dezembro de 2006, antes de Bush revelar um plano de mandar mais 30 mil homens ao Iraque para conter a violência que havia matado dezenas de milhares de iraquianos.
O número de soldados norte-americanos mortos no Iraque é apenas uma fração da estimativa de civis iraquianos mortos desde março de 2003. A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou, em janeiro, que o número de civis mortos violentamente desde o início da invasão oscila entre 104 mil e 223 mil. Já a organização não-governamental Iraq Body Count afirma que entre 82.249 e 89.760 civis morreram desde o início da guerra. As forças de segurança iraquianas perderam cerca de 12 mil policiais, segundo as autoridades do país. Cerca de 40% dos soldados dos EUA morreram em atentados, a maioria provocada por bombas caseiras escondidas nas estradas. Esses artefatos obrigaram o Pentágono a enviar ao Iraque veículos mais modernos, com blindagens mais resistentes. O ano mais sangrento para o Exército americano foi 2007, com 901 mortos.
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